PELÉ, O 'REI DO FUTEBOL', MORRE AOS 82 ANOS

 
Aos 82 anos de idade, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, morreu nesta quinta-feira (29), de acordo com o Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

O ex-jogador de futebol estava internado em uma das unidades do hospital desde o fim de novembro para avaliação da terapia quimioterápica do tumor de colón constatado em setembro de 2021 e acabou sendo diagnosticado com infecção respiratória.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, ele não respondia ao tratamento de quimioterapia já estava recebendo apenas cuidados paliativos. Ou seja, a quimioterapia foi suspensa e que ele seguia recebendo medidas de conforto, para aliviar a dor e a falta de ar, por exemplo, sem ser submetido a terapias invasivas.

Pelé foi diagnosticado com um tumor no cólon no dia 31 agosto de 2021 após ser internado para exames cardiovasculares e laboratoriais de rotina. Ele passou por uma cirurgia no dia 4 de setembro para retirar a lesão encontrada no cólon direito. No dia 17, dois dias após ir para o quarto, ele precisou voltar para a UTI após apresentar breve instabilidade respiratória e passou ao cuidado semi-intensivo na recuperação da operação abdominal.

Em janeiro de 2022, foram diagnosticados outros três tumores: no intestino, um no fígado e o início de um no pulmão. Em fevereiro, ele voltou aos hospital para mais sessões de quimioterapia.

Pelé vinha sofrendo de problemas de saúde após uma cirurgia no quadril, o que dificulta sua locomoção desde 2018. O ídolo do futebol mundial também realizou uma cirurgia de retirada de um cálculo renal em 2019.

O atleta

Nascido em 23 de outubro de 1940, em Três Corações (Minas Gerais), filho de João Ramos do Nascimento, o popular Dondinho, e Celeste Arantes, Edson recebeu o apelido de Pelé porque pronunciava errado o nome de seu jogador preferido, o goleiro Bilé, do do Vasco da Gama de São Lourenço.

Edson, de nome inspirado em Thomas Edison, inventor da lâmpada, teve uma carreira de mais de 20 anos no futebol e foi eleito Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional, Jogador do Século pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS), e dividiu o prêmio de Melhor Jogador do Século da Fifa com o argentino Diego Maradona.

O mineiro é o recordista mundial de gols na carreira, tendo marcado 1.281 gols em 1.363 partidas disputadas por Seleção Brasileira, Seleção das Forças Armadas, Santos FC e New York Cosmos (EUA).

Com a Seleção, Pelé conquistou três títulos de Copa do Mundo, sendo o único jogador a alcançar tal feito. O primeiro veio em 1958, com grande destaque em sua estreia no torneio. Quatro depois, o bi veio depois de uma lesão. O terceiro troféu foi levantado em 1970, quando o camisa 10 era o principal alicerce de um dos times mais conhecidos da história do futebol.

Seleção Brasileira


Um ano depois da estreia como profissional, ainda com 16 anos, o atacante fez sua primeira partida pela Seleção Brasileira em 7 de julho de 1957. Ele saiu do banco no primeiro confronto contra a Argentina, válido pela Copa Roca, e marcou o único gol brasileiro na derrota por 2 a 1. No segundo jogo, Pelé foi titular e fez um dos gols da vitória por 2 a 0 que deu o título ao Brasil.

Já em 1958, Pelé quase ficou de fora da Copa do Mundo por causa de uma lesão sofrida em jogo pelo Santos. O jovem foi com a equipe para a Suécia, mas não atuou nas duas primeiras partidas. Em sua primeira atuação, ele deu uma assistência na vitória por 2 a 0 contra a União Soviética. O primeiro gol em Copas veio no confronto seguinte, contra o País de Gales, se tornando o goleador mais jovem da história do torneio.

Na semifinal contra a França, três gols na vitória por 5 a 2 e mais um recorde: o de mais jovem a marcar um hat-trick. Já na decisão, dois tentos em mais um 5 a 2, desta vez contra a Suécia, com direito a um dos gols mais lindos da história das Copas.

O segundo título da Copa do Mundo veio em 1962. Pelé marcou um dos gols na vitória por 2 a 0 sobre o México na estreia, mas acabou se lesionando no duelo seguinte, contra a Tchecoslováquia. Amarildo substituiu o Rei e foi bem, ajudando a Seleção a conquistar o bi.

Depois de Copa de 66 marcada por uma lesão e chegar a dizer que não jogaria mais em Copas, o Rei voltou para as eliminatórias de 1970, mas teve problemas com o técnico João Saldanha, que acabou demitido em favor de Zagallo em uma decisão polêmica.

O Rei fez parte de um ataque que até hoje é considerado um dos melhores da história do futebol, com Jairzinho, Gérson, Tostão e Rivellino. Ele marcou quatro gols, incluindo um na final, em que o Brasil bateu a Itália por 4 a 1. No México, ele ainda participou de lances aclamados da história do esporte, como o drible no goleiro uruguaio Mazurkiewicz, o "gol que Pelé não fez" do meio campo e a defesa de Gordon Banks em uma cabeçada.

Pelé se despediu da Seleção no ano seguinte ao terceiro título de Copas, em dois amistosos: um em São Paulo, contra a Áustria, em que marcou o gol do empate por 1 a 1, e outro contra a Iugoslávia, no Rio de Janeiro. Nas duas partidas, ele saiu no intervalo e fez voltas olímpicas enquanto era ovacionado pelos torcedores.

Fonte: Yahoo Notícias

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