PACIENTES COM COVID-19 MORREM APÓS INCÊNDIO NO HOSPITAL FEDERAL BONSUCESSO

A tragédia do incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso, nesta terça-feira já deixa, pelo menos, duas vítimas. Além da radiologista Núbia Rodrigues, de 42 anos, que estava com quadro grave de Covid-19 e morreu durante o processo de transferência, um outro paciente, também diagnosticado com Coronavírus, não resistiu. A informação foi confirmada no fim da tarde.

A paciente, que ainda não teve a identidade divulgada pelo hospital, seria uma idosa de 83 anos, que estava no CTI coronariano, no terceiro andar do prédio 1 do Hospital Federal de Bonsucesso. Ela estava entubada, com quadro grave, e, durante o fogo, foi transferida às pessoas para o CTI da maternidade do HFB, onde teve uma infecção pulmonar e morreu.

A ala para pacientes com Coronavírus foi instalada no HGB, no início da pandemia, onde antes funcionava a clínica das mulheres, no terceiro andar do prédio. Ao todo, 162 pacientes estavam no prédio 1. Todos foram evacuados. E desses, 46 transferidos para outras unidades.

Radiologista socorrida em lençol não resistiu

A primeira vítima confirmada da tragédia foi Núbia Rodrigues, moradora da Penha, na Zona Norte do Rio. Ela trabalhava em outra unidade de saúde. De acordo com o filho, Patrick Machado, Núbia começou a passar mal com sintomas do novo coronavírus na última quarta-feira, e passou pelas UPAs da Penha e de Mesquita antes de dar entrada no HFB na sexta-feira. A mulher chegou a ser socorrida num lençol, mas não conseguiu chegar com vida até o Hospital municipal Ronaldo Gazolla.

O filho conta que recebeu a triste notícia da morte da mãe por telefone, através de uma pessoa conhecida que estava dentro do hospital.

— Infelizmente, ela não resistiu. Ela não tinha nenhuma comorbidade, mas essa doença não escolhe idade — limitou-se a dizer em frente ao hospital.

Segundo o médico Júlio Noronha, diretor do Corpo Clínico do HFB, a vítima teria sido removida num lençol improvisado como maca e estava sendo transferida para o Hospital municipal Ronaldo Gazzolla, quando morreu na ambulância.

— A fumaça subiu muito rapidamente através do duto de ar condicionado e os profissionais correram para remover os pacientes. Alguns tiveram que improvisar macas com lençóis, como foi no caso dessa moça que faleceu, segundo disseram os funcionários. Conseguiram até com agilidade levar todos para baixo — explicou Noronha.

Pacientes transferidos

A Secretaria estadual de Saúde informou que dez pacientes foram transferidos do Hospital Geral de Bonsucesso, que foi para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha Circular. Desse número, quatro pacientes se encontram em estado grave, três estáveis, um já recebeu alta e outro foi transferido para o Hospital de Anchieta, na Baixada Fluminense. No total, 162 pacientes já foram retirados do prédio 1, e 46 foram transferidos para outras unidades do município e do estado.

Até o início da tarde, pacientes do HFB tinham sido transferidos para as seguintes unidades municipais: Souza Aguiar, no Centro, onde uma mulher, de 73 anos, com as iniciais L.M.S. foi para o setor de emergência e necessita do uso de respirador. Um homem, F.B.B., foi levado para o setor de cirurgia geral; Evandro Freire, na Ilha; Hospital Maternidade Fernando Magalhães, em São Cristóvão; Maternidade Maria Amelia Buarque de Hollanda, no Centro; e Ronaldo Gazolla, em Acari.

O Hospital de Campanha da Prefeitura, no Riocentro também disponibilizou 64 leitos, sendo 50 de enfermaria e 14 de terapia intensiva, para receber os pacientes transferidos. A secretária municipal de Saúde, Beatriz Busch, e o subsecretário geral, Jorge Darze, estão em Bonsucesso acompanhando as transferências e verificando as necessidades dos pacientes. De acordo com o diretor do hospital Hospital Geral de Bonsucesso, uma paciente de 46 anos, que estava em estado gravíssimo, chegou a morrer durante a evacuação.

Fonte: Extra



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