BEBÊ QUE NASCEU COM 860 GRAMAS TEM ALTA APÓS 94 DIAS EM UTI NEONATAL NO SUL DO ESPÍRITO SANTO


Um casal de Cachoeiro de Itapemirim recebeu um presente de Natal especial: a alta do filho após três meses de internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) da Maternidade Unimed por conta da prematuridade extrema. Wallace Spada Marques de Souza é o nome do pequeno que nasceu no dia 14 de setembro com 27 semanas e três dias de gestação, pesando 860 gramas.

Foram 94 dias de aflição, ansiedade e tristeza, mas desde o dia 13 deste mês a atendente Vanessa Pinto Spada, de 37 anos, e o servidor público José Marcos de Souza, de 40 anos, comemoram com toda a família a batalha vencida.

O bebê é um verdadeiro guerreiro e resistiu a uma hemorragia intracraniana grau 3, considerada de alto risco.

A enfermeira coordenadora da Linha Assistencial Materno Infantil da Maternidade Unimed, Gabriela Fraga, explica que a mãe entrou em trabalho de parto prematuro devido a um sangramento uterino.

“Como houve uma piora do sangramento, a equipe médica decidiu realizar a cesariana. A paciente teve diabetes gestacional e fez uso de insulina durante a gestação”, conta a enfermeira.

Método canguru

Assim que nasceu, o bebê foi levado para a Utin para receber os cuidados necessários. O tratamento exigiu que ele ficasse sob ventilação mecânica para o pleno amadurecimento pulmonar.

“Ele evolui muito bem às terapias utilizadas e conseguimos que a hemorragia intracraniana regredisse de grau 3 para 1. Os cuidados humanizados, o método canguru, o envolvimento dos pais no cuidado desde a internação na Utin e a utilização do Protocolo de Prevenção de Hemorragia Intracraniana foram fundamentais para a recuperação do bebê”, avalia Gabriela Fraga.

Vanessa conta que a gestação correu bem até as 27 semanas.

“Os exames de pré-natal não apontavam qualquer problema. A gravidez foi tranquila. Não senti nem enjoo nesse período. Aí, num domingo à noite, comecei a sangrar e no hospital os exames mostraram que a placenta estava totalmente descolada. Fizeram o parto no dia seguinte. Eu não vi nada. Estava muito nervosa”, afirma.

A atendente diz ainda que foi difícil ver o filho na Utin e sair do hospital após o parto sem o bebê nos braços.

“Senti medo e insegurança. Fiquei muito mal e muitas vezes me culpei por achar que tivesse feito algo errado. A sensação é horrível ao pensar que o pior pode acontecer. Entreguei a vida do meu filho a Deus. Eu sabia que Ele nos abençoaria e faria o melhor para nós”.

Dias no hospital

De acordo com Vanessa, as idas diárias ao hospital para visitar o filho a deixavam mais fortalecida.

“Ele foi muito guerreiro. Esse período foi bem cansativo e havia momentos em que me sentia exausta.

A gente vivia na incerteza do amanhã. Mas eu via meu filho lutando pela vida e os médicos também me encorajavam com palavras positivas. Isso foi fortalecendo a gente. Não foi fácil, mas a gente venceu”, comemora.

Receber a notícia de que o filho teria alta a deixou em êxtase. “Foi uma felicidade imensa. Agora, em casa, se pudesse ficaria com ele no colo o tempo todo, só admirando. Quero aproveitar cada momento com o meu filho. Estou amando a vida de mãe. Ele é meu sonho realizado. Todos os dias agradeço a Deus por tudo o que estou vivendo”, diz Vanessa.

Fonte: Dia a Dia ES

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